Tutorial: Pescando com Jig Head ( Dicas ""Rodrigo Schneider "")

01-08-2011 17:52



INTRODUÇÃO:
Primeiramente devemos falar sobre os materiais utilizados nesta técnica, antes de abordar todas as forma de se usar o jig head.
Vale lembrar que o material depende muito do gosto pessoal de cada pescador, por isso não se trata de uma regra fixa.
Um detalhe importante que devemos cuidar é que normalmente se usa os jig heads quando o peixe esta no fundo ou muito manhoso ou na maioria das vezes na pesca de inverno. O ataque dele é totalmente diferente de um ataque nos plugs, por exemplo.
Nessa situação descrita, corriqueiramente o robalo mal coloca na boca a isca. Mal da para sentir um “tuck” na linha. O pescador com menos prática e experiência chega a achar que o jig esbarrou numa pedra, galho ou qualquer outra estrutura que havia no fundo, deixando de ferrar o que provavelmente seria um robalo.
O peixe somente tende a engolir o jig e sair correndo quando está muito ativo. Por isso devemos cuidar com o material utilizado como veremos a seguir.
Não esqueçam que o segredo da pesca com jig head, além de termos linhas que transmitam boa sensibilidade, é manter sempre esticada, depois de darmos os toques conforme veremos nas técnicas a seguir, basta dar meia manivelada para tencionarmos a linha e deixarmos ela sempre esticada. Com linha bamba dificilmente iremos sentir o sutil ataque do robalo no jig head.

Bom vamos aos materiais:
LINHAS:
Em relação as Linhas, gosto muito de usar as multifilamentos de 10 e no Maximo 16lbs, os leaders de flúorcarbono tenho usado o 35mm para os robalos pevas e tem dado conta do recado. Quanto mais fina a linha mais sensibilidade ela irá transmitir. No caso dos flechas é o mesmo princípio, quanto mais fino o leader mais irá sentir sua batida, porém deve-se cuidar que neste caso sempre se exige um leader mais grosso do que no caso dos pevas.
Outra possibilidade é usar as linhas fluorcarbono como linha principal. Nesse caso uso as flúor que normalmente utiliza-se para os black bass, que são mais macias que os leaders. Quanto a libragem da linha procuro usar as flúor de 16lbs que equivale a um 35mm aproximadamente.
A diferença entre se usar a flúor como linha principal é bem simples. Se usa muito também para a pesca com camarões artificial do modo normal, sem o jig head. A linha flúor como principal desce mais “reta” dando maior sensibilidade e melhor nado para o camarão sem jig head. Enquanto que na multifilamento ela tende a criar uma “barriga” dentro d’água, deixando a linha num formato de semi-circulo mais ou menos.
Isso acontece pois a velocidade da queda da isca (camarão sem jig) é menor do que a queda da linha multifilamento que tende a flutuar um pouco por causa do material de que é fabricada.
Já na flúorcarbono isso não ocorre pois praticamente não há atrito com esta linha na água.
Então pode-se dizer que a flúorcarbono como linha principal transmite mais sensibilidade para o pescador na pesca com camarões sem jig head por exemplo.
Porém na pesca do jig head a linha multifilamento também serve muito bem, pois como o jig tem um peso maior a linha multi tende a descer mais “esticada” do que a situação anterior.

VARAS:
Este item é outro que depende muito do gosto particular do pescador. Em todo caso na minha humilde opinião, prefiro as varas com tamanho maior. De no mínimo 6’ pés, passando pelas 6’3’’ e no Maximo 6’6’’. Com libragens de ou 14 ou 15 ou no máximo 17lbs. Com ação no mínimo média-rápida. Atualmente, tenho dado preferência para as rápidas e extra-rápidas. As de 20lbs aqui na minha região não se faz necessário devido ao peso dos jig head serem de no máximo 14gramas. As de 20lbs se usa mais em locais que se faz necessário jig head a partir de 18gramas. A de 20lbs deixo para usar com os JJ.
O motivo que me leva a preferir estes tamanhos de varas é em relação a alavanca na hora da ferrada. Ao meu ver, uma vara de tamanho maior além de transmitir maior sensibilidade, ferra com mais facilidade por ter uma alavanca maior do que uma vara curta.

ISCAS:
Em relação as iscas, há 3 tipos basicamente para se usar na pesca do robalo. Os camarões, shads e grubs. Devemos alternar estas iscas durante a pescaria até encontrarmos a isca do dia. Haverá situações em que o robalo irá selecionar apenas uma delas, mas também haverá dias em que o peixe esta mais ativo e não tão seletivo, e as 3 darão bons resultados durante a mesma pescaria.
Os shads dão muito resultado quando o robalo esta comendo mais os peixinhos no rio, nem sempre ele se alimenta somente de camarão. No grosso do inverno o camarão tende a se enterrar no fundo do rio. Com isso o robalo muda o seu comportamento alimentar e começa a comer mais peixe forrageiro do que camarão, isso pelo menos aqui no sul (RS). É nessa hora que devemos usar os shads, no intuito de tentar imitar os peixes forrageiros que se alimentam no fundo do rio. A cauda do shad também atrai os robalos por causa da sua vibração na água.
Os grubs também se costuma utilizar nessas horas em que não há camarão no rio. Além de que sua cauda transmite uma vibração bem grande na água, atraindo até mesmo os robalos mais manhosos.
Já com os camarões todo mundo já sabe, é o alimento natural do robalo. Quase sempre dará bons resultados no jig head, a não ser no caso acima, onde o robalo tenha mudado o seu comportamento alimentar e esteja comendo mais os peixes.
Quanto ao tamanho das iscas isso varia muito conforme o dia da pescaria, de 1,5’’, 2”, 3” a 4” normalmente. Tem dias em que os peixes querem isca pequenas, tem dias que querem iscas grandes, e dias que atacam todos os tamanhos. Essas regras independe do tamanho do robalo, não quer dizer que um robalo grande só ataca isca grande assim como o robalo pequeno não ataca somente iscas pequenas. Tanto o grande como o pequeno atacam todos os tamanhos de iscas, isso varia conforme o comportamento do peixe, na pesca esportiva nunca há uma regra fixa, esse é o segredo dos bons resultados.

PESOS DOS JIGS HEADS:
Mais uma vez vale lembrar que não existe um peso padrão para cada situação. Normalmente a escolha do peso do jig head é em virtude da força da maré.
Devemos sempre procurar usar o jig mais leve possível. Isso porque com um jig mais leve a isca tem uma queda mais cadenciada, com um jig muito pesado a queda da isca é muito agressiva, e isso pode assustar o robalo na maioria das vezes.
Porém em algumas situações o robalo está comendo iscas rápidas, ai se utiliza os jigs heads mais pesados mesmo na maré lenta. Ou então está comendo isca com nado lento, nesse caso se usa jig heads leves mesmo numa maré forte.
Tanto numa como na outra situação, a forma de apresentação do jig head irá mudar.
Na maré mais forte e utilizando um jig head leve, devemos usar a maré a nosso favor. Para isto, basta arremessar o jig mais para cima do rio, num ângulo aproximado de 45° como o jig é leve e a maré está forte até a isca tocar o fundo do rio, ela irá chegar exatamente no ponto que pretendemos pescar.
Na maré lenta com o robalo atacando iscas rápidas, é mais fácil a técnica, deve-se usar os jigs mais pesados com toques mais rápidos sem muita pausa entre eles e erguendo a vara durante os toques com maior altura.

FORMAS DE TRABALHO:
O jig pode se trabalhar de diversas formas. No fundo ou com toques ou com arrasto, na meia água ou com toques ou com recolhimento contínuo rápido ou lento. Nos dias em que os robalos estão suspensos na meia água, mas não estão atacando os plugs, os jigs com toques ou recolhimento contínuo dão bons resultados.

PESCANDO COM RECOLHIMENTO CONTÍNUO:
Esta é a técnica mais simples e há basicamente três formas: Recolhimento contínuo lento, rápido ou recolhimento contínuo com pequenas pausas.
O peso do jig irá influenciar mais na altura em que queremos trazer a isca.
Na maré mais forte os jigs com maior peso descem mais rápido até a altura desejada, depois é só fazer o recolhimento contínuo.
Já os leves, normalmente são utilizados nas maré mais fracas, ou quando queremos que trazê-los perto da superfície, ou ainda nos casos de se aplicar pequenas pausas durante o recolhimento.
Depois de descobrir a técnica que está dando mais resultado basta repeti-la durante o resto da pescaria. No caso do recolhimento continuo, utiliza-se mais as iscas como os shads e grubs.

PESCANDO NA MEIA ÁGUA COM JIG HEAD:
Na meia água com toques, eu costumo utilizar os jigs mais leves possíveis, como os de 3,5gr. Pois nessa situação de pesca o melhor é utilizar a maré a seu favor para manter a isca constantemente na altura que desejamos. Deve-se arremessar para “cima” da maré e deixar a isca atingir a altura desejada, depois disso eu costumo dar apenas 1 toque médio ou curto ou 2 curtos, sempre mantendo a linha esticada, quando a linha tencionar é que a maré irá começar arrastar o jig novamente, é nessa hora que repito os toques. Isso fará com que a isca venha dando pequenos saltos e se mantendo na mesma altura com a força da maré, os toques irá servir para dar vida a isca. Nessa técnica tanto o camarão como o shad funcionam muito bem.

PESCANDO NO FUNDO A FAVOR DA MARÉ:
Há situações em que o robalo somente ataca os jigs heads no fundo se trouxermos eles a favor da maré. Então para aplicar está técnica deve-se tomar alguns cuidados.
O primeiro deles é a forma de apresentação do jig head, como disse anteriormente, ao se trazer a isca a favor da maré sempre precisamos arremessar para “cima” da maré e usá-la para trazer a isca.
Uma situação em que pode se utilizar está técnica é em copas de arvores caídas para dentro do rio. Deve se posicionar o barco anteriormente a copa e mantê-lo contra a maré. Arremessar depois da estrutura e vir trazendo o jig head com a força da maré. Com isso iremos aproveitar toda a estrutura ao contrário de se pescar paralelamente à ela. Pois com 1 toque apenas o jig já saiu da estrutura e esta se encaminhando para o meio do rio, muita vezes não dando tempo para tirarmos o robalo de dentro da estrutura.
E por fim o outro cuidado que devemos ter é de que nesse tipo de técnica, tanto os toques quanto o recolhimento da linha para esticá-la devem ser feitos de forma mais rápida do que o normal, pois se demorarmos para fazermos tais movimentos a isca será arrastada pela maré e matará o movimento da isca bem como irá dificultar muito na sensibilidade do ataque do robalo no jig head.

PESCANDO NO FUNDO:
Está técnica é a que requer mais concentração e sensibilidade por parte do pescador.
Normalmente, deixamos para usar os jig heads quando não resta outra alternativa a não ser a pesca de fundo. Portanto necessita um bom material equilibrado, para tirarmos o máximo proveito desta técnica.
Quando o peixe está extremamente manhoso costumo utilizar a técnica de arrasto. Para isto deve arremessar o jig head e esperar ele tocar o fundo. Depois de atingir o solo, dou uma pequena erguida na vara, até atingir a altura que desejo, normalmente a menor possível, mal retirando a isca do fundo, e vou baixando a vara juntamente com o jig, sem precisar recolher sobra de linha. Isso fará com que a isca mal erga do fundo e caia muito lentamente.
Outra forma de se pescar no fundo é com os toques.
Sempre costumo começar com poucos, apenas 1, as vezes intercalando 2 toques com movimentos bem sutis na vara. Depois de dar os toques, deve-se manter a linha sempre esticada, normalmente meia manivelada na carretilha é suficiente para tencionarmos a linha.
Não dando resultado, parto para 2 toques com força moderada nos movimentos, para procurar o robalo que não está tão colado ao fundo, normalmente de 50cm a 1m de altura do fundo do rio.
E por último deixo para dar os 3 toques já com movimentos mais agressivos com a vara. Este tipo de trabalho normalmente é utilizado para os robalos que se encontram a mais de 1m do fundo do rio ou em dias em que estão ativos e querendo comer iscas com maior vivacidade.
Vale lembrar que quanto mais toque e mais força empregada na vara, mais alto o jig head irá subir.

PESCANDO NO INVERNO:
Aqui no Rio Grande do Sul, pelo menos no rio em que costumo pescar, o robalo tende a mudar o seu comportamento durante o inverno.
Em vez de ficar nas estruturas das margens, como galhadas, pedras, normalmente ele procura ficar no meio do leito do rio, principalmente em rios ou braços de rios estreitos.
Nesse caso devemos posicionar o barco junto a margem, paralelamente a ele e vir pindocando para o meio do rio. A produtividade de capturas nesse tipo de situação aumenta vertiginosamente.
Também acontece de cardumes se concentrarem em fossos localizados no meio do rio ou até mesmo na margem em que haja esse tipo de local. Fica mais fácil acharmos estes cardumes com um sonar, ou então ficar insistindo num fosso que tenhamos esperanças de que seja um ponto promissor.
Acreditem na pesca para o meio do rio com o barco posicionado paralelamente a margem, principalmente naqueles onde sejam de leito estreito, que terão ótimos resultados!

PESCANDO NO ENCONTRO DE ÁGUAS:
Eu particularmente gosto muito de pescar nesta técnica quando me deparo com este tipo de situação no rio. Sempre me trouxe bons resultados.
Normalmente ocorre quando há encontro de dois rios ou de um braço do rio com o leito principal.
As vezes ocorre de uma das águas ser mais clara do que a outra. Formando no canal, logo depois do encontro, um rio com 2 cores de águas.
Nesse caso, devemos nos posicionar paralelamente a divisão das águas, ficando com o barco na parte onde a água é mais escura, afastado da parte mais limpa.
Pode-se descer junto com a correnteza e ir pindocando ou se manter no mesmo lugar caso haja um cardume de robalos concentrado no mesmo ponto.
Deve-se arremessar em direção da água mais clara o jig head , fazendo com que caia alguns metros depois da divisão de águas. Feito isso, deve-se trazer com toques, ou no fundo do rio ou na meia água, conforme se encontram os robalos naquele local.
Ao atingir a divisão das águas é mortal... É nessa hora que o robalo ataca a isca. Ele costuma ficar escondido na parte de água mais escura como todo bom predador, a espreita das presas que descem desavisadas na parte limpa do rio, ataca e volta rapidamente para parte escura.
Se pescarmos de forma contraria dificilmente iremos pegar algum. A dica é se manter na parte e escura e arremessar para a limpa e vir pindocando o jig head.

PESNCANDO NA MARÉ PARADA NA MARGEM COM MARÉ CORRENTE MAIS FORTE AFASTADA DA MARGEM:
Está técnica é muito parecida com a divisão de águas como vimos anteriormente.
Há dias em que na margem do rio a água está praticamente parada e alguns metros afastado da margem a maré está correndo com alguma força, mesmo que pouca coisa a mais que na margem.
Então devemos sair do meio do rio e ir para a margem, colando o barco praticamente no barranco, se posicionando paralelamente a ele.
Feito isso, deve-se arremessar em direção ao meio do rio, onde a maré está correndo com mais força e vir pindocando.
O ataque do robalo ocorre na divisão das correntes da maré rápida com a parada. É tiro e queda.
Nesse caso o robalo tende a ir para divisão das correntes, pois é lá que irá passar as suas presas, trazidas pela corrente mais rápida.

É isso pessoal, procurei passar o máximo de informações que obtive durante esses anos de pescaria. Claro que sou um eterno aprendiz mas o pouco que sei procurei compartilhar com os amigos. Espero que gostem !!!! Very Happy
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Abraço
Rodrigo Schneider